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Principais inseguranças da transição para o Ensino Médio

          Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos estudantes nessa fase escolar é a falta de clareza

          diante da necessidade de realizar escolhas. “Eles precisam lidar com tensões geradas pelas


          escolhas profissionais que se avizinham e para as quais nem todos se sentem preparados”, afirma


          Marly Machado Campos, professora da Camino School, escola trilíngue, especializada em

          metodologias ativas, localizada na Zona Oeste de São Paulo.

          “Muitos sabem que precisam levar mais a sério o estudo e percebem o final da etapa básica, mas


          com a instabilidade emocional, própria da adolescência, manter o foco nas escolhas se torna mais


          difícil”, explica a professora.

          Inseguranças com o corpo e a sensação de não-pertencimento são outras características típicas

          dessa fase da vida e requerem atenção. “Às inseguranças cotidianas somam-se outras,


          relacionadas com o próprio corpo em transformação, com a necessidade de pertencimento ao


          grupo e de ser aceito”, acrescenta Marly Campos.

          Realizar uma escuta atenta e ativa é uma excelente forma de acolher as dores e as incertezas dos

          estudantes neste período. Para isso, é importante que tanto a escola como a família estejam


          dispostas a adotar essa postura acolhedora. “Ajudar os alunos a identificar as perguntas norteadoras


          para o momento e as possibilidades que estão disponíveis é uma forma de acolhimento e parceria”,

          afirma Campos. “A coerência entre a visão e postura da escola e da família contribui para a segu-

          rança do estudante e potencializa o acolhimento”, acrescenta a professora.


          Um exemplo positivo e inspirador                                                                                                                  Imagem: Pixabay


          Uma forma de auxiliar estudantes nessa adaptação é promover o seu protagonismo na construção

          do conhecimento. Para isso, existem metodologias criadas a partir de problemas reais que já

           estão sendo implementadas na prática, como a Project Based Learning (PBL), adotada pela


          Camino School.  “No Ensino Médio, estamos aprofundamento os conhecimentos, estimulando nos


          estudantes a ampliação da visão de mundo, bem como a atribuição de significado ao que se

          aprende”, mostra Campos.

          A construção coletiva do conhecimento, promovida pelos projetos, é um componente importante


          para a formação integral dos alunos. “Na Camino School, os itinerários formativos para o primeiro


          bimestre foram propostos, considerando os interesses do grupo e os estudantes já fizeram as suas

          escolhas”, comenta a educadora.

          “Esse olhar individualizado para cada aluno tem o propósito de auxiliar tanto nas dificuldades


          cognitivas quanto nas socioemocionais”, conclui.






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